Com mais de 20 anos de estrada, mas só agora, aos 50 anos de idade, com reconhecimento do grande público por participar de minisséries e novelas globais, o ator Domingos Montagner iniciou sua carreira dedicando-se à arte circense, é um dos fundadores do circo Zanni e, como palhaço, já foi assistido por mais de 140 mil espectadores. Domingos é capa da edição de novembro da Dia-a-Dia Revista, publicação mensal do Jornal Diário do Grande ABC, nas bancas dia 4 de novembro.
A trajetória de Domingos até chegar à arte de atuar foi longa. Foi ajudante de seu pai, que era dono de bar, cartunista e professor de Educação Física, mas ao pisar no palco pela primeira vez, foi fisgado pela magia das artes cênicas. "Era um momento de virada. Levei durante um tempo a Educação e o teatro, mas chegou uma hora que não dava mais", explica o ator que optou pelo teatro.
Nas artes, começou com teatro de bonecos até ingressar no Circo Escola Picadeiro. "Vi ali (na escola) que ser palhaço seria meu caminho", lembra. Despertar o sorriso nas pessoas é o combustível que move Domingos. "Diante de tantas formas de entretenimento que há hoje em dia, só valeria continuar nisso (circo, teatro) pelo exercício da relação humana que se tem no palco, que é insubstituível. No fim do espetáculo, aquela alegria manda vibrações que ecoam para além daquele momento."
Quando perguntado se é difícil fazer o outro rir? Domingos respondeu de pronto: "É um risco muito grande. Costumamos até falar que o humor é matemático e musical: se você está desafinado ou erra a conta, ele não funciona. É implacável."
Domingos tem três filhos com a produtora Luciana Lima com quem é casado há 10 anos. Seus rebentos se arriscam no picadeiro do Zanni sob o olhar coruja do pai que torce que algum deles se apaixone pela arte circense e perpetue a profissão.
O estrelato chegou com a novela das 18 horas Cordel Encantado (2011), da Rede Globo, onde interpretou capitão Herculano. "Essa trama tinha repercussão quase que de novela das 21h. Era uma coisa impressionante. A abordagem era frequente e até hoje sinto um eco disso", lembra.
O assédio chegou meses após Cordel Encantado, quando fez o presidente da república Paulo Ventura, protagonista da minissérie O Brado Retumbante. O estilo mulherengo do personagem fez com que o ator começasse a ser tratado como galã. Quando questionado se tinha gostado de ganhar esse status, diz "Não é que não gostei, isso é normal. O que na verdade friso é que sou ator. Se tiver de fazer papel de galã, farei sem problema algum." O que não gosta, ressalta, é de minimizar a profissão, porque tem muito mais a oferecer.
No ar em Salve Jorge, Domingos Montagner comenta sobre seu personagem Zyah que faz par romântico com Cléo Pires e finaliza a entrevista com uma frase de Jean Piaget dando um sinal de que nunca se desapegou da educação. "Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão não morre o educador, que semeia vida e escreve na alma."
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